quinta-feira, 18 de outubro de 2012


 

 



REFLETINDO...
A partir dos elementos relativos a interdisciplinaridade, das suas reflexões e da sua experiência, que aspectos você considera positivos no enfoque interdisciplinar na Educação Integral? Quais riscos e perigos?


A TRANSVERSALIDE é entendida como uma formade organizar o trabalho didático-pedagógico em que os temas e eixos temáticos são integrados as disciplinas, as áreas ditas convencionais de forma a estarem presentes em todas elas. Orienta para a necessidade de se instituir, na prática educativa, uma analogia entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade). Difere-se da interdisciplinaridade e complementam-se; ambas rejeitam a concepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado. A primeira se refere a dimensão didático-pedagógica e a segunda, a abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento. Dentro de uma compreensão interdisciplinar do conhecimento, a transversalidade tem significado, como sendo uma proposta didática que possibilita o tratamento dos conhecimentos escolares de forma integrada. O que se evidencia é a descentralização do conceito de disciplina e a necessidade de se fortalecer as capacidades com as quais o sujeito opera no processo de conhecimento.

POSSIBILITA:

O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

        A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da tecnologia e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

     A aquisição de conhecimentos e habilidades, e a formação de atitudes e valores como instrumentos para uma visão crítica do mundo;

    O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.


Os ideais da Educação Integral se fundamentam em acompanhamento pedagógico, reforço e aprofundamento da aprendizagem, experimentação e pesquisa científica, cultura e artes, esporte e lazer, tecnologias da comunicação e informação, afirmação da cultura dos direitos humanos, preservação do meio ambiente, promoção da saúde, entre outras, articuladas aos componentes curriculares e às áreas de conhecimento, a vivências e práticas socioculturais. Sendo assim, os elementos da transversalidade e, principalmente, a título de começar pelo mais simples, os elementos da interdisciplinaridade vem atender de forma significativa esses ideais. O grande desafio é dar início a esse processo e por efetivamente em prática. Riscos só podem ser identificados após a vivência da prática, com a observação e análise dos registros positivos e negativos que serão essenciais para a avaliação, que sempre deve ser feita dos processos de ensino aprendizagem.




 

domingo, 5 de agosto de 2012


REFLETINDO...
“Identificando  tempos e espaços para a vivência dos saberes da educação integral

O educando - centro do programa curricular, sujeito que atribui sentidos à natureza e à sociedade nas práticas sociais que vivencia, produzindo cultura e construindo sua identidade pessoal e social, tomará parte ativa na discussão e na implementação das normas que regem as formas de relacionamento na escola, fornecerá indicações relevantes a respeito do que deve ser trabalhado no currículo e será incentivado a participar das organizações estudantis.
            O trabalho educativo na educação integral deve empenhar-se na promoção de uma cultura escolar acolhedora e respeitosa, que reconheça e valorize as experiências dos alunos atendendo as suas diferenças e necessidades específicas, de modo a contribuir para efetivar a inclusão escolar e o direito de todos à educação.
            Na implementação do projeto político-pedagógico, o cuidar e o educar,  indissociáveis funções da escola, resultarão em ações associadas que buscam articular-se, pedagogicamente, no interior da própria instituição, e também externamente, com os serviços de apoio aos sistemas educacionais e com as políticas de outras áreas, para assegurar a aprendizagem, o bem-estar e o desenvolvimento do aluno em todas as suas dimensões.
Cuidar e educar significa compreender que o direito a educação parte do principio da formação da pessoa em sua essência humana. Trata-se de considerar o cuidado no sentido profundo do que seja acolhimento de todos, crianças, adolescentes, jovens e adultos,  com respeito e, com atenção adequada, aos educandos com deficiência, jovens e adultos defasados na relação idade-série, indígenas, afro descendentes, quilombolas e povos do campo.
            Educar exige cuidado; cuidar e educar, envolvendo acolher, ouvir, encorajar, apoiar, no sentido de desenvolver o aprendizado de pensar e agir, cuidar de si, do outro, da escola, da natureza, da água, do Planeta
             Educar com cuidado significa aprender a amar sem dependência, desenvolver a sensibilidade humana na relação de cada um consigo, com o outro e com tudo o que existe, com zelo, ante uma situação que requer cautela em busca da formação humana plena.
            Assegurar a ampla participação dos profissionais da escola, da família, dos alunos e da comunidade local na definição das orientações imprimidas aos processos educativos e nas formas de implementá-las, tendo como apoio um processo contínuo de avaliação das ações.

terça-feira, 24 de julho de 2012

REFLETINDO...
Constituição do “ser educador” na educação integral

Celebrar, cultivar, entrar em contato consigo mesmo, ter criatividade, planejar, ter metas, abrir novas portas, trabalhar com afinco, nunca desistir, relaxar, brincar, curtir, encantar-se, aprender, descartar (ódio, inveja, rancor, mau humor, tristezas, etc.), sonhar, buscar e, principalmente, amar,  são palavras que demandam sentimentos e ações    que me servem de estímulo para seguir confiante em busca do que acredito ser vital em quem se entrega ao universo do ambiente escolar. São palavras que produzem motivação que é essencial na constituição do profissional educador que tem consciência do seu papel social. É necessária uma postura confiante, reflexiva e dinâmica para combater a resistência à mudança que alguns profissionais insistem em ressaltar dentro das instituições escolares. É imprescindível muita convicção para não desanimar. As resistências se dão, geralmente, pelo comodismo que o fazer sempre do mesmo jeito permite. É mais fácil criar argumentos contrários do que elaborar estratégias que podem fazer a diferença na vida dos alunos.  Quem se propõe em elaborar métodos inovadores de ensino aprendizagem abre um leque de possibilidades que vai ampliar a visão dos alunos para alem da sala de aula. E assim, ele vai se constituindo em alguém com capacidade de fazer suas escolhas de vida com mais autonomia. São muitas situações que se presencia, de profissionais mecânicos que vêem as crianças como iguais, padronizadas, como se todas tivessem a mesma habilidade de aprender, esquecem que cada um tem seu tempo de intercambio com o conhecimento implícito em todos os espaços. E há situações de negação de “olhar” com aprovação os projetos de trabalho que estão dando certo com alguns profissionais.  Um dos grandes desafios da educação integral é elencar o que será fundamental no perfil do profissional que estará à frente desse processo. Acredito que tudo que se pensar em educação deve estar relacionado com o que acontecerá com o aluno, que benefícios trarão para sua vida



quarta-feira, 27 de junho de 2012


Para refletir:

Em relação ao que foi discutido sobre currículo, cultura e conhecimento escolar, o que você considera relevante? O que seria importante considerar na perspectiva da educação integral?

            A nossa sociedade atual está impregnada de estímulos ao individualismo, a competição, manipulação e subordinação. Precisamos tomar uma posição e dizer não a desumanização das relações sociais provocadas pelo capitalismo.
As propostas educacionais pensadas para a educação integral devem destacar a responsabilidade que todos têm na construção de um mundo mais ético e menos desigual. É imprescindível pensar no aluno como agente atuante e transformador do contexto social que está inserido.
O conhecimento acessado na escola traz consciência e capacidade de ler o mundo e a sociedade em que vivemos. Assim, ele poderá atuar de forma crítica e participativa. A afetividade faz a diferença nas relações professor/aluno e promove a aprendizagem significativa. É fundamental olhar para cada aluno com consciência que cada indivíduo é único na sua essência. E a diversidade étnica, cultural e social deve ser refletida na sala de aula, ressaltando para o grupo que a aceitação do outro na sua totalidade, requer um exercício constante de tolerância para permitir o respeito mútuo. Esses hábitos e valores são fundamentais para o desenvolvimento da cidadania e a construção de uma sociedade mais justa.
         Para Moreira e Candeau (2003 apud MODEIRA 2007, p. 35) “a escola sempre teve dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença. Tende a silenciá-las e neutralizá-las. Sente-se mais confortável com a homogeneização e a padronização. No entanto, abrir espaços para a diversidade, a diferença e para o cruzamento de cultura constitui o grande desafio que está chamada a enfrentar.”      
          


domingo, 17 de junho de 2012

Para Refletir:

Dentre as categorias de análise das teorias pós-estruturalistas de currículo, a cultura ocupa lugar central. Em torno dessa categoria discutem-se questões relacionadas com identidade, diferença, gênero, etnia, pós-colonialidade, multiculturalismo e outras. Como vimos nas aulas, são elementos que possuem forte implicação nos processos formativos na educação integral. Com base nesse pressuposto, aponte limitações e/ou desafios curriculares para a escola integral envolvendo questões deste âmbito. 

Os ideais da educação integral são instrumentos importantíssimos para que possamos superar os problemas sociais que envolvem a maioria das crianças do nosso país. O grande desafio está na postura pedagógica que vamos assumir como educadores diante de nossos alunos. 
A nossa postura profissional e humana pode contribuir para a superação das injustiças sociais. Podemos agir diretamente na maneira das pessoas se relacionarem. É necessário posicionamento em favor da tolerância e do respeito às diferenças e desigualdades.
Qualquer proposta curricular deve ser construída dando prioridade aos fatores sociais e culturais de cada contexto, contemplando a participação efetiva de toda a coletividade.
As inquietações presentes no nosso cotidiano escolar que tendem a nos limitar e muitas vezes querer recuar devem ser refletidas no coletivo, para que se encontrem soluções que mostrem possibilidades de superação e novas oportunidades.
As propostas educativas em que o processo de construção do conhecimento está relacionado, diretamente com a realidade vivenciada no cotidiano do aluno, permitem que ele passe de receptor submisso de uma série de informações para agente participativo e construtor de sua história individual e coletiva.


Freire (1997, p. 59) afirma: “gosto de ser gente porque, como tal, percebo que a construção de minha presença no mundo, que não se faz no isolamento, isenta da influência das forças sociais, que não se compreende fora das tensões entre o que herdo geneticamente e o que herdo social, cultural e historicamente, tem muito a ver comigo mesmo.”

quarta-feira, 16 de maio de 2012


Para refletir:

O lugar dos agentes curriculares – implicações para uma educação integral. Quais limitações e quais possibilidades?


Determinadas intenções de alguns agentes curriculares podem nos levar a desconfiar dos reais motivos implícitos nos seus objetivos. Mas, não podemos nos limitar ao que eles ditam como ideal. Precisamos nos posicionar.  As propostas educacionais, principalmente, as voltadas para a educação integral, devem ser legalizadas pelo debate coletivo. Quem realizará as mudanças será o coletivo. A diversidade local deve ser um dos eixos da proposta curricular de cada escola. E a ética deve permear todo o currículo. Assim, haverá possibilidade de estabelecer equilíbrio nas inter-relações entre saber, significado, identidade e poder. 

sábado, 5 de maio de 2012

Registro reflexivo de ideias e experiências relacionadas com os princípios curriculares (Educação Básica/Educação Integral) discutidos na disciplina de Currículo:


A "Apresentação da Pesquisa Redes de Aprendizagem: Boas Práticas de Municípios que garantem o direito de aprender", me fez lembrar uma experiência que vivenciei em uma escola. Para estimular o gosto pela leitura nos alunos e em todos que fazem parte do ambiente escolar, decidimos pôr em prática um projeto de leitura, no qual num determinado dia da semana, durante 15 minutos, todos paravam para ler. Previamente era colocado no mural da escola o dia e o horário da parada para leitura. A princípio todos concordaram com a ideia e se mostraram comprometidos em estimular os alunos a trazerem material para esse momento de leitura. Quem chegava na escola nesse horário já percebia que estávamos todos, ou quase todos, envolvidos pelo silêncio que a leitura proporcionava, pois já na entrada da escola havia uma cesta com livros, revistas e jornais com o cartaz evidenciando o momento. Mas, infelizmente alguns profissionais fora de sala sempre ficavam rindo e alegando que "aquilo era besteira". Acredito que estes não tinham noção da importância que aqueles minutos representavam. Ao passar algumas semanas percebemos muito barulho durante os 15 minutos de leitura. Quando questionamos o que estava acontecendo os argumentos foram: "não deu de parar a aula"; "o meu planejamento não poderia ser interrompido"; "ah! Esqueci completamente... nem vi que hoje era dia de leitura." Diante dessas colocações e posteriores comentários na sala dos professores que "esses momentos de leitura só serviam para atrapalhar o planejamento e dar chance para os alunos ficarem parados 15 minutos sem fazer nada", decidimos em uma parada pedagógica que não teríamos mais o "momento de leitura". Eu, particularmente, fiquei muito triste. Mas, a maioria achou que deveríamos encerrar.    
A experiência relatada na página 54 do livro Redes de Aprendizagem, vivenciada em Arroio do Meio (RS), referente aos momentos de leitura na escola deu certo porque, segundo comentário na página 18 do livro Redes de Aprendizagem, "tudo o que é realizado é compreendido por todos como algo que merece e precisa ser feito e, portanto, deve ser bem feito. Não há espaço para ações desvinculadas do propósito de aprendizagem." Essa fala autentica porque as ações dão certo em algumas escolas. É necessário que "todos" se envolvam com os saberes e os deveres educacionais. Um grande desafio dentro desse processo é conquistar os profissionais que chegam amargurados e negam qualquer tentativa de se pôr em prática projetos que podem fazer a diferença no processo de aprendizagem. O estudioso de currículo Jean-Claude Forquin (1993, p.168) diz que: "[...] Educar, ensinar, é colocar alguém em presença de certos elementos da cultura a fim de que ele(a) deles se nutra que ele(a) a incorpore à sua substância, que ele(a) construa sua identidade intelectual e pessoal em função dele."